Formado por uma fauna e flora bastante diversificada, o Parque Estadual do Lajeado também abriga importantes registros históricos, como inscrições rupestres (representações artísticas gravadas nas paredes e tetos de abrigos ou cavernas, normalmente datando de épocas pré-históricas). Relatos de praticantes de esportes como mountain bike, escaladas e outros, apontam a presença das inscrições rupestres em diferentes locais do Parque.

Há alguns anos, o autônomo, Gustavo Almeida costumava frequentar o Parque para a prática de escalada e conta que não era difícil encontrar as escrituras que, segundo ele, revelam a rotina das pessoas naquela época. “As inscrições são muito interessantes e realmente merecem ser pesquisadas. Dessa forma, poderemos conhecer um pouco mais da nossa história”, acrescenta.

Pesquisa

No mês em que completa 12 anos de existência, as pinturas se tornaram objeto de pesquisa para a Historiadora, Doutora em Arqueologia, Ariana Silva Braga. “Paisagens e Técnicas Distintas, Motivos Semelhante. A dispersão da Arte-Rupestre no Médio Vale do Rio Tocantins” é o nome do estudo que, segundo ela, tem o objetivo de analisar e identificar a organização espacial das pinturas existentes no local. “A meta é descobrir se a escolha dos locais onde as pinturas foram feitas, foi motivada pela acessibilidade ou se foi uma escolha do indivíduo”, acrescenta.

De acordo com a pesquisadora, este projeto visa identificar o tipo de inscrições e gravuras rupestres pré-históricas e demais sítios arqueológicos situados próximos ao Ribeirão Lajeado e Rio Tocantins na região do Parque do Lajeado. Um processo de catalogação dos sítios iniciou na década de 70 com outros pesquisadores e existe hoje um projeto global no Brasil para identificar a tipologia desta arte e com isso poder mapear a migração dos povos pré-históricos no território brasileiro. Conforme Ariana, a pesquisa ainda está em fase inicial e deve ser concluída em dois anos.