
Apenas 34 agentes penitenciários estão atuando na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota em Araguaína. Somente eles podem andar armados. O número até poderia ser suficiente, se não fosse o fato deles trabalharem por escalas e ainda terem cinco no expediente (administrativo). Os plantonistas ainda precisam acompanhar os presos em audiências. Quem faz a segurança no local é a empresa terceirizada Umanizzare, cujos homens não utilizam nenhum equipamento de segurança.
Os plantões dos agentes penitenciários da unidade Barra da Grota são calculados com 24 horas trabalhadas e 72 horas de folgas. Apenas 29 homens estão disponíveis para esta escala. Quando algum adoece ou entra de férias, o número fica menor ainda. Fechar a conta da segurança no presídio, não é uma tarefa fácil, afinal, estão faltando homens e equipamentos. A preocupação com essa demanda é de quem atua no local, e prefere não ser identificado.
Só nesta primeira semana de outubro, dois presos foram assassinados no presídio. Nesta quinta-feira, 03, o detento Arthur Rodrigues dos Santos, 19 anos, foi moto quando saía do banho para o chuveiro, na ocasião ele foi abordado por três outros detentos do Pavilhão B e atingido por golpes de arma artesanal. Arthur chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Regional de Araguaína, mas não resistiu aos ferimentos. Os envolvidos foram conduzidos à Delegacia Regional para os procedimentos legais. No dia 02, Welkes Paulo Neto de Oliveira , 27 também foi morto com golpes de chunchos (arma artesanal). Em uma situação similar a de Arthur, já que Welkes estava retornando do banho de sol quando foi atingido pelos golpes.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social “são constantes as revistas e houve reforço da segurança na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota”. Sobre o número de agentes, a Secretaria ainda não se pronunciou.
Na nota enviada pela Assessoria de Comunicação ao Conexão Tocantins Araguaína, é dito ainda que “a Secretaria de Defesa Social e a Secretaria de Segurança Pública, por meio de seus Serviços de Inteligência, também realizam, permanentemente, o monitoramento das maiores unidades prisionais do Tocantins, entre estas, Barra da Grota. Em função desse constante monitoramento é que tentativas de fugas e qualquer outro tipo de mobilização são evitadas. Quando é identificada alguma situação de mobilização ou planejamento por parte dos presos é feito o remanejamento destes para outras unidades”, declararam.
Questionados sobre o números de agentes penitenciários e a previsão de aumentar o efetivo, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Defesa Social informou que irá encaminhar uma nota sobre o assunto.