Opinião
O que aconteceu ao MDB velho de guerra?...
Nome do ex-ministro Borges da Silveira vem ganhando força como possível candidato a governador do Tocantins
Nome do ex-ministro Borges da Silveira vem ganhando força como possível candidato a governador do Tocantins

É incrível o que pode ocorrer com uma sigla partidária quando as lideranças conduzem-na por caminhos e objetivos que desvirtuam seus ideais. Exemplo da deterioração política é o atual PMDB.

Quando surgiu, como MDB, era o único partido de oposição consentida no tempo do regime militar. Tornou-se o legítimo refúgio político de militantes e adeptos de partidos então proscritos e de ideologias de certa forma proibidas.

O MDB era a resistência, a trincheira que reunia seguidores do PC, PTB, PSD e outros de tendência socialista, esquerdista. Na contraposição estava a Arena, representando o governo e alguns partidos de direita.

No início da década de 1980 foi restaurado o pluripartidarismo. O MDB se tornou PMDB e a Arena virou PDS. O PMDB continuou sendo uma frente, mescla das mais variadas ideologias e dos mais diversos pensamentos políticos com objetivo comum ser contra o regime. Esse aglomerado tão distinto na origem fazia prever a deterioração partidária. Prevendo essa situação resultante de tão diversificada gama de pensamento, ideologia e objetivo político preguei publicamente a extinção do PMDB, mesmo sendo ministro de um governo peemedebista. Parecia um paradoxo, mas era também a opinião de alguns teóricos.

Por que preguei essa proposta? Porque entendia ser a hora de o PMDB se depurar, deixar de ser uma frente. Era o momento que para cada corrente, algumas até discrepantes que se alojavam no partido, seguir seu rumo próprio, formar sua própria sigla, afinal, estava vigente o pluripartidarismo que poderia ser fortalecido com essa diversificação de ideias, projetos e pregações.

O PMDB havia cumprido seu papel, lutou pela abertura política, pela redemocratização, pelas Diretas Já, contribuiu para a elaboração da nova Constituição; desempenhou, enfim, a missão e deveria sair de cena, abrindo caminho para ampla renovação.

Não foi o que ocorreu, o PMDB preferiu ser o grande partido, o maior do País, para manter-se com todas as características de uma frente disforme, repleta de alas e grupos que geram conflitos internos. E assim permanece até hoje.

O PMDB perdeu totalmente sua configuração político-ideológica, foi transformado para pior e atualmente é uma sigla familiar à corrupção e fisiológica a ponto de estar sempre com o governo, seja este de que partido for. O PMDB é grande apenas em números e aí reside sua força de barganha para ser aliado natural de governos independentemente da linha destes; o partido trabalha apenas para ser o fiel da balança, para negociar e – se preciso for – chantagear com base no poderio numérico. Esse é hoje o PMDB...

Luiz Carlos Borges da Silveira é médico, ex-ministro da Saúde e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Tocantins

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