Polí­tica
Novos depoimentos da CPI do Previpalmas indicam que Conselho tinha conhecimento de investimentos irregulares

Membros da CPI durante oitivas desta terça, 13
Membros da CPI durante oitivas desta terça, 13 (Foto: Divulgação/ Câmara Municipal de Palmas)
Vereadores membros da CPI do Previpalmas durante oitivas desta terça-feira, 13.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para averiguar aplicações supostamente irregulares do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Palmas (Previpalmas), realizou nesta terça-feira, 13, a segunda rodada de oitivas dos convocados para prestar depoimento.

Uma das convocadas foi a coordenadora do Instituto de Apoio à Fundação Universidade de Pernambuco (Iaupe), Maria Cristina Carreira. A instituição foi contratada entre 2014 e 2017 para realizar auditoria nas contas do Previpalmas. Aos membros da CPI, Carreira relatou que informações solicitadas pelo Iaupe foram negadas, tanto pelo ex-presidente do Previpalmas, Maxilane Fleury, quanto pelo Conselho.

De acordo com a coordenadora, as informações foram bloqueadas a partir do momento que a auditoria solicitou dados a partir de agosto de 2017. O período coincide com a mesma data em que foram realizadas as aplicações no Fundo Cais Mauá e Tercon, que totalizam R$ 50 milhões. “Nós imaginamos que levando o assunto ao conselho nós poderíamos ter algum tipo de eco. Nós jamais imaginaríamos que tivesse o efeito contrário, que os dados e a relação dentro do instituto ficou absolutamente impossível”, declarou a coordenadora durante o depoimento.

Segundo Carreira, o Iaupe só voltou a ter informações a partir do momento em que Marcelo Alves foi nomeado presidente do Previpalmas em março deste ano. “O único trabalho que conseguimos terminar foi o de mapeamento de processos para poder fazer a sugestão do ponto de vista da autonomia. Porque qualquer coisa que se referisse a dados era absolutamente negado. Dali pra frente nós não conseguimos absolutamente mais nenhum dado que não fosse de mapeamento. Nós tivemos a colaboração nesse período do setor administrativo, que foi um setor que sempre nos auxiliou mais”.

Ex-presidente

O ex-presidente do instituto, Marcelo Alves, também prestou depoimento nesta terça e disse aos vereadores que, muito provavelmente, o Conselho do Previpalmas tinha ciência dos investimentos que haviam sido feitos.

O ex-gestor entregou à CPI um pendrive com áudios das reuniões do conselho. Nestas gravações haveriam conversas que evidenciam o conhecimento dos conselheiros a respeito das aplicações. “Quando o prefeito nos indicou para assumir o Previpalmas, no momento crítico, com todos os questionamentos feitos pela comunidade e imprensa, ele nos pediu para que fizéssemos esses apontamentos. Nós já havíamos iniciado as ações, estávamos na juntada de documentos e descobri que as atas das sesssões do conselho eram extrato dos áudio das sessões, então todas as sessões tinham um momento em que haviam conversas que a gente não pode julgar como informais. Porque, se a gente entende que a ata é o extrato de um áudio e o áudio é feito de um momento de uma sessão, a gente pode dizer que aquele momento é público”. Declarou em entrevista à imprensa logo após o depoimento.

Alves também entregou um documento contendo logaritmos de acesso a um aplicativo. De acordo com ele, este software permitia o acesso às informações de investimento e valores aplicados. “O do Tercon, por exemplo, não é questão de acreditar ou não, nos áudios está claro que eles sabiam. O do Cais Mauá eu não ouvi todos os áudios para identificar isso. Mas se o sistema permitia essa informação, eu julgo saber se foi aplicado ou não”.

Ex-conselheiro

A CPI do Previpalmas ouviu também o ex-conselheiro Antônio Chrysippo Aguiar que informou que, durante sua atuação no conselho, havia identificado um rombo inicial de R$ 26 milhões, segundo ele. Chrysippo fez críticas ao ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), que, de acordo com ele, se negava a nomeá-lo membro do conselho. “Ele administrava isso com um grau de pessoalidade muito grande”, disse.

Trabalhos

De acordo com o presidente da CPI do Previpalmas, vereador Júnior Geo (PROS), a comissão deverá ouvir ainda outras pessoas, entre elas Christian Zini, Maxilane Fleury e Fábio Martins - respectivamente, ex-secretário de finanças, ex-presidente e ex-diretor de investimentos do Previpalmas durante a gestão de Amastha. Zini e Martins já foram convocados. Já Fleury, ainda não foi localizado pelo oficial de justiça que auxilia a CPI.

A expectativa de Geo é de que a comissão conclua os trabalhos ainda este ano. “Nossa previsão é de que as oitivas se concluam até o final do mês de novembro para que até a segunda semana de dezembro tenhamos o parecer pronto”. Para o vereador, já há indícios de quem sejam os responsáveis pelas aplicações irregulares do instituto. “Hoje nós temos um norte em relação a algumas pessoas que estão diretamente envolvidas no que ocorreu e estas pessoas têm que ser responsabilizadas civil e criminalmente”, declarou.

O relatório final da CPI será apresentado ao plenário da Câmara e entregue à Polícia Federal e Ministério Público Federal.

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