Polí­cia
Aumento de 1% no desemprego dos homens eleva a taxa de homicídios em 1,8%

O aumento de 1% na taxa de desemprego entre homens de 15 a 65 anos eleva a taxa de homicídios da população em 1,8%. O resultado está em um estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que busca entender como oportunidades educacionais e de trabalho para homens entre 15 e 65 anos afetam a quantidade de homicídios.

A pesquisa só analisa o grupo masculino por se tratar daquele com maior probabilidade de envolvimento com crimes, segundo diversos estudos. Dos 35,7 mil jovens assassinados no Brasil em 2017, 94,4% eram do sexo masculino.

O estudo conclui que a taxa de atendimento escolar (que corresponde ao número de matriculados em relação à população de sua respectiva faixa etária) também tem relação com a taxa de homicídios. A cada 1% a mais no atendimento escolar de jovens entre 15 e 17 anos, os homicídios caem 1,9%. Esses dados mostram que um maior acesso à escola contribui para diminuir a violência.

“É interessante notar que esta faixa etária (15 a 17 anos) coincide com a idade em que o jovem migra do ensino fundamental para o ensino médio e onde há, também, o maior problema de evasão escolar. Essa variável mostra que manter o adolescente na escola funciona como uma forma de prevenir sua entrada no crime”, aponta o estudo.

De acordo com o pesquisador Daniel Cerqueira, um dos autores do estudo, esses resultados se somam às evidências de que condições de acesso ao emprego, sobretudo para o jovem, assim como políticas educacionais, importam e devem ser levadas em conta nos diagnósticos e nas ações para a prevenção da criminalidade. “Não há como desvincular política de segurança pública da questão do emprego e da educação”, avalia.

O levantamento não encontrou nenhuma relação estatisticamente significativa entre o rendimento do trabalho e a taxa de homicídios da população, para qualquer recorte considerado. A pesquisa foi feita com base nos microdados dos Censos Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1980, 1991, 2000 e 2010, além de informações do Ministério da Saúde.

Acesse o estudo na íntegra

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