Cultura
Comunidade de Santa Rosa mantêm tradição do congado no Dia de Finados
Grupo de congos puxa cortejo até o cemitério da cidade
Grupo de congos puxa cortejo até o cemitério da cidade

Fé e tradição popular se unem neste final de semana em Santa Rosa do Tocantins, distante cerca de 166 km de Palmas. Este pequeno município com população estimada em 4,8 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que soma 31 anos de emancipação, mas tem sua origem no século 19 ainda preserva uma importante tradição, as Congadas.

As congadas, ou congos, se originaram durante o período colonial e representam a coroação de reis do Congo. Símbolos do sincretismo cultural e religioso do Brasil, as festas desta localidade ainda trazem outro diferencial, ocorrem no Dia de Finados, 2 de novembro, durante os Festejos das Santas Almas Benditas, quando os cortejos formados por reis e rainhas (festeiros) e súditos (comunidade e visitantes) seguem para os cemitérios da cidade e das comunidades rurais, onde cantam e rezam por seus antepassados.

Neste ano, serão realizadas três congadas: na sede do município, a partir das 8 horas, nas fazendas Açude e Canjarana e também na Comunidade Quilombola do Morro São João, estas a partir das 7 horas. Cada Congada conta com seus festeiros, que servirão café da manhã e almoço aos participantes.

Origens

De acordo com a socióloga Eliane Castro, técnica da Superintendência de Cultura da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), pesquisas apontam que a apresentação do congado em homenagem aos mortos ocorre somente no Tocantins. Segundo a comunidade local, a festa começou a ser realizada há mais de 300 anos, na Fazenda Engenho, mais tarde chamada Açude. Ela teria sido trazida de Portugal por um padre que formou família com uma escrava. Os descendentes teriam dado continuidade ao festejo.

Ainda segundo ela, a comunidade local acredita que os primeiros habitantes do Morro São João seriam remanescentes da Fazenda Açude e teriam perpetuado a festividade. Outro detalhe que diferencia o congado tocantinense de outras regiões do país é a inserção da suça, dança de origem afro-brasileira típica da região.

Os Festejos das Santas Almas Benditas trazem momentos parecidos com os Festejos do Divino Espírito Santo, como a própria organização a cargo de um casal da comunidade, geralmente em retribuição a uma graça. Porém, a presença do grupo de congado, formado por 12 homens, é fundamental. A batida da caixa (tambor) marca as músicas de frases simples, em clara referência à chegada da corte portuguesa ao Brasil ou sobre a influência divina na vida do sertanejo.

“O Estado do Tocantins tem uma cultura riquíssima, e a preservação de manifestações como esta é fundamental para todos nós, uma referência para todas as gerações”, aponta o presidente da Adetuc, Tom Lyra.

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