
Três investigados na Operação Carta Marcada, da Polícia Federal, foram soltos mediantes pagamento de fiança de R$ 20 mil. A soltura se aplica à ex-secretária de desenvolvimento econômico da Prefeitura de Palmas/TO, Cleide Brandão, e aos empresários José Emilio Houat e Carlo Raniere Soares Mendonça.
Eles foram liberados da prisão temporária por terem colaborado com as investigações. Além da fiança, eles não poderão ter contato com os demais investigados e nem deixar a cidade sem autorização da justiça.
Durante a fase ostensiva da operação, deflagrada nesta terça-feira, 21, a Polícia Federal prendeu outros 3 ex-secretários da gestão do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). Adir Gentil, Chistian Zini e Claudio Schuller continuam detidos. A prisão deles é temporária, por 5 dias. Também há mandados de prisão em aberto contra os empresários Marco Zancaner Gil e Luciano Valadares Rosa. Eles não foram localizados pela polícia.
Operação
A Operação Carta Marcada foi a fase ostensiva de uma investigação da Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) que apura denúncias de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados à contratação de veículos para atender a prefeitura de Palmas durante a gestão do ex-prefeito Carlos Amastha.
De acordo com as investigações, Amastha teria feito um acordo com o ex-prefeito de Porto Nacional, Otoniel Andrade (PSDB), para que a prefeitura da cidade vizinha realizasse uma licitação para contratar empresa de locação de veículos.
A Prefeitura de Porto, então, realizou a ata de tomada de preços para a qual três empresas se manifestaram interessadas. Segundo a PF e CGU, a licitação teria sido direcionada para beneficiar uma determinada empresa, já que apenas uma compareceu ao pregão. Além disso, constavam nas propostas das outras duas concorrentes, orçamentos com valores 2,3955% acima do valor apresentado pela vencedora.
Posteriormente, a Prefeitura de Palmas apenas aderiu à ata de registro de preços da Prefeitura de Porto Nacional, contratando, consequentemente, a mesma empresa vencedora da licitação direcionada. Entretanto, durante os 4 anos de vigência do contrato, a Prefeitura de Porto pagou cerca de R$ 470 mil, enquanto em Palmas os pagamentos passaram de R$ 24 milhões no mesmo período. Isso, segundo os órgãos de controle e investigação, evidenciaria que a licitação foi feita para beneficiar uma empresa específica a pedido da gestão Amastha.
Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em endereços ligados a Amastha e Otoniel. Segundo a PF, através do esquema o grupo teria desviado cerca de R$ 15 milhões. O ex-prefeito de Palmas nega as investigações.