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Defensoria Pública Agrária busca garantir fornecimento de água para aldeia em Araguaçu
Aldeia Crim Pa Tehi
Aldeia Crim Pa Tehi

Com o objetivo de tutelar os direitos das famílias que vivem na Aldeia Crim Pa Tehi, do povo Kanela, que sofrem pela escassez de água, a Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), por meio da Defensoria Pública Agrária (Dpagra), solicitou à Prefeitura de Araguaçu, município a 457 Km de Palmas, que abasteça os indígenas durante o período de estiagem, entre os meses de julho a outubro. O pedido, até o momento, foi negado pelo município que, mantendo a negativa, pode ser acionado pela Dpagra em uma Ação Civil Pública em Imposição de Fazer, o que foi especificado à Prefeitura, pela Defensoria, por meio de Ofício 46/2018, do último dia 5 de julho.

A demanda surgiu após uma reunião, em maio deste ano, realizada entre representantes do Núcleo Dpagra, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e representantes da Aldeia para se tratar, entre outros assuntos, sobre a escassez de recursos hídricos do atual território da aldeia.

De acordo com Arlindo Iparcaxã Alexandrino de Sousa Kanela, cacique da Crim Pa Tehi, o caso pede urgência, pois o período de estiagem é o que traz mais dificuldades para as famílias da aldeia. “Nós somos oito famílias, com 23 pessoas dividindo a água de uma cisterna; e neste período de seca deixa tudo ainda mais difícil. Muitas vezes, temos que encher barris em um córrego perto da cidade para não sofrer tanto com o uso limitado da pouca água que temos”, explicou o indígena Kanela.

Prefeitura

Em justificativa para a inviabilidade de abastecer as famílias Kanela que vivem próximas à cidade, a prefeitura de Araguaçu, por meio do Ofício 100/2018, argumenta que o Município “(...) não possui caminhão devidamente equipado com tanque tipo pipa à altura para o devido atendimento no transporte de água desta cidade até a Aldeia Crim Pa Tehi, visando o suprimento de água àquela comunidade indígena”. Por meio do documento, o Executivo Municipal também destacou que “(...) dispõe de apenas um caminhão com tanque pipa para irrigação de ruas, canteiros e jardins de nossa cidade, todavia, é um equipamento bastante usado e sem condições para o deslocamento com água para a mencionada aldeia”.

A Aldeia

Os índios Kanela do Tocantins, originários do Maranhão, chegaram, a pé, ao Tocantins, em 1950 e eram conhecidos como "Caboclos". Ao chegarem, muitos seguiram para diferentes regiões, alguns retornaram ao Maranhão e outros se fixaram na região do Córrego Barreira. Os que ali permaneceram, em 2013 começaram a buscar meios de sobrevivência e apoio para fundar a aldeia.

Morando em baixo de árvores, os Kanela do Tocantins conseguiram, no mesmo ano, o reconhecimento da aldeia e instituíram o primeiro cacique, uma mulher, mas que não se manteve por muito tempo na liderança. Em 2014, os índios decidiram nomear Arlindo Iparcaxã Alexandrino de Sousa Kanela como o próximo cacique e desde então este tem sido o líder da comunidade.

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