Educação
Brasil tem mais de 68 milhões sem o ensino básico completo
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Dados apresentados no Censo Escolar 2024, divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), mostram que o Brasil contabiliza 2,4 milhões de matrículas no modelo de ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos). O número é 7% menor, quando comparado com os indicadores de 2023, e 20% abaixo do total observado em 2020.

Ainda segundo o levantamento, a redução é ainda mais preocupante diante do passivo educacional do país, que acumula 68 milhões de pessoas com 18 anos ou mais que não concluíram a educação básica, que inclui o ensino fundamental e o médio. O cenário marcado pela retração, dá ainda mais relevância às iniciativas que favorecem o aprendizado desta parcela da população.

Na região nordeste do país, mais precisamente em Feira de Santana, na Bahia, o Programa Jovem Aprendiz Feirense, promovido pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana e realizado em parceria com a Demà Aprendiz, é exemplo de estratégia efetiva que alia educação formal, formação profissional e inclusão social. Projetada para jovens que não concluíram o ensino básico, a iniciativa oferece oportunidades reais de retomada da trajetória educacional e acesso ao mercado de trabalho.

Criado em 2023, o programa conta com 917 jovens ativos, que cumprem jornada de 20 horas semanais sob regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com quatro dias de atividades práticas supervisionadas em instituições públicas — como escolas, bibliotecas e centros administrativos — e um dia voltado à capacitação teórica. A proposta alia formação cidadã, qualificação e inserção produtiva, com foco especial no público da EJA.

Vinicius Tondolo, diretor executivo da Demà, explica que o Jovem Feirense é sinônimo de uma nova abordagem de política pública voltada à juventude, que gera oportunidades outrora distantes da realidade em que vivem.

“Quando um jovem chega aos 20, 25, perto dos 30 anos, sem ter concluído a educação básica, o risco de exclusão social aumenta consideravelmente. Ao vincular a obrigatoriedade de estudar com a oferta de um trabalho protegido, criamos uma ponte real para a inclusão”, observou.

Ainda de acordo com o executivo, ao integrar diferentes políticas — educação, assistência social, empregabilidade — o programa evidencia que é possível interromper o ciclo da evasão e da informalidade.

“Para milhares de jovens brasileiros, o futuro ainda pode começar com um reencontro com a sala de aula. E esse recomeço, cada vez mais, passa por iniciativas como o Jovem Feirense, em Feira de Santana”, concluiu Tondolo.

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