Economia
Queda de 40% nas exportações da China para os EUA após tarifaço de Trump impulsiona interesse no Brasil
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As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos chineses já impactam significativamente o comércio exterior. Segundo dados alfandegários, o valor das remessas de pacotes da China para os EUA caiu um pouco mais de US$ 1 bilhão, o menor nível desde o início de 2023. A retração representa uma queda de 40% em relação ao mesmo período do ano passado e afeta diretamente empresas chinesas com atuação no varejo digital, como Shein e Temu.

O pacote de medidas liderado pelo atual presidente Donald Trump inclui o fim da isenção fiscal para pequenos pacotes enviados diretamente aos consumidores americanos. A mudança reduziu a competitividade de produtos chineses que chegam aos EUA com preços inferiores aos de concorrentes locais, ampliando as dificuldades para empresas do setor.

Diante desse cenário, empresários chineses buscam novas rotas comerciais. De acordo com Rodrigo Giraldelli, especialista em comércio exterior e CEO da China Gate, o Brasil passou a ser visto como um mercado mais estratégico. “Conversamos com fornecedores chineses e notamos um movimento de maior interesse no Brasil. Estão oferecendo condições melhores, como pedidos mínimos reduzidos e maior flexibilidade nos prazos de entrega”, afirma.

Embora o Brasil ainda enfrente desafios estruturais, como burocracia tributária e limitações logísticas, Giraldelli afirma que as mudanças recentes nas exportações chinesas pautaram as prioridades comerciais. “O país não estava entre os mercados preferenciais da China. Agora, com a diminuição das vendas aos EUA, o Brasil sobe nessa escala e passa a ser uma alternativa mais viável para o escoamento da produção chinesa”, explica.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, o país asiático respondeu por mais de 30% das exportações brasileiras, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A perspectiva é que a intensificação desse intercâmbio possa beneficiar especialmente pequenos e médios empresários brasileiros, que podem encontrar mais facilidade para importar produtos diretamente do mercado chinês.

Empresários chineses também demonstram preocupação com a perda de participação no mercado norte-americano. Para compensar a redução nas exportações aos EUA, o foco em países como o Brasil vem ganhando força. “O empresário chinês está buscando alternativas. Com mais produtos do que clientes, é natural que direcionem esforços para novos mercados, e o Brasil está entre os principais destinos nesse momento”, finaliza Giraldelli.

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