Saúde
Pacientes com deficiência de hormônio de crescimento continuam sem medicamento
Imagem da notícia

Os pacientes portadores de hipopituarismo (deficiência de hormônio do crescimento), atendidos pelo Sistema Único de Saúde no Tocantins (SUS), estão sem medicação. O tratamento é realizado com o medicamento cujo princípio ativo é a Somatropina. Os familiares procuraram a Defensoria Pública em dezembro de 2014 denunciando o fornecimento do fármaco da marca Eutropin em razão dos efeitos colaterais e solicitando a troca por outra marca observada as exigências legais e técnicas. Contudo, o Estado parou de fornecer até mesmo a Somatropina, interrompendo o tratamento dos pacientes.

Diante da grave situação, a DPE-TO manifestou-se no processo, Ação Civil Pública, autos nº. 0013237-16.2015.827.2729, Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Palmas, na quinta-feira, dia 15 de março do corrente ano, ressaltando que a medida é de extrema urgência. Atualmente o fornecimento encontra-se suspenso devido o estoque zero da medicação, acarretando na interrupção do tratamento dos pacientes portadores de hipopituitarismo, cuja medicação é de uso contínuo, conforme declarações dos pais dos pacientes relatando a falta do fármaco. Conforme informado pelo Setor de Compras da Sesau, há um processo de aquisição da medicação (processo nº. 2016305500001386) em decorrência do Pregão Eletrônico nº. 018/2015, vigente até o dia 20/07/2016, cuja ordem de utilização da ata era para a compra de 6 mil unidades da Somatropina 12 UI, no valor de R$ 900 mil reais. Ocorre que, por falta de disponibilidade financeira para atender a demanda, a quantidade do medicamento foi reduzida pela metade, de 6 mil para 3 mil, totalizando o valor de R$ 450 mil reais. Apesar da redução da quantidade, até o momento o Estado não adquiriu o medicamento, aguardando ainda a emissão de saldo orçamentário e posteriormente a emissão de nota de empenho.

Os pedidos da manifestação consistem na intimação pessoal do Secretário de Saúde, Marcos Esner Musafir, estipulando um prazo de cinco dias para realizar o empenho para a aquisição das 3 mil unidades da medicação Somatropina e fornecer aos pacientes, sob pena de bloqueio judicial – Bancen Jud, pois a falta do medicamento interrompe o tratamento e acarreta a evolução da patologia. E ainda, pela realização de audiência para discussão e fixação de prazo para aquisição das outras três mil unidades que necessitam ser fornecidas, pois de nada adianta o tratamento se não houver o regular e contínuo fornecimento da medicação, cuja quantidade a ser adquirida, por ora, não atenderá a demanda.

Entenda o Caso

Diversas providências foram tomadas para tentar dar andamento ao tratamento dos pacientes com hipopituarismo, como reclamações via email à Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ofícios à Secretaria Estadual de Saúde e Anvisa, instauração do Propac – Procedimento Preparatório de Ação Civil Pública nº 005/2014, sendo expedida à Sesau – Secretaria Estadual de Saúde, a recomendação nº 004/2014; e até ACP - Ação Civil Pública Condenatória, com Preceito Mandamental em Tutela de Urgência, ainda em maio de 2015.

O objetivo da ação coletiva versa sobre a obrigação do Estado do Tocantins assegurar assistência efetiva e integral à saúde dos pacientes do SUS, portadores de hipopituarismo, que fazem tratamento com o princípio ativo Somatropina, residentes no Estado, substituindo a medicação Eutropin por outro similar, como o Hormotrop, observada as exigências legais e técnicas.

Quando se utilizava o Hormotrop, o tratamento era normal e adequado, sem efeitos colaterais conforme consta de laudos médicos e de termos de declarações assinados pelas famílias. Após a troca da medicação, os pacientes passaram a ter diversas complicações e reações como: dor intensa no início, durante e depois da aplicação, bem como trauma, receio, em razão da dor causada, existindo crianças que se debatem na parede de tanta dor ante a reação adversa do fármaco Somatropina, fazendo com que os menores não queiram mais realizar o tratamento. O tratamento do hipopituarismo dura em média de 2 a 10 anos e, por isso, fazer o uso diário dessa medicação ante a tais efeitos colaterais poderia ser massacrante. Segundo relato de médicos que atenderam casos semelhantes, cerca de 30 pacientes se queixaram da Somatropina.

Outros Estados da Federação enfrentam a mesma situação, como São Paulo, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Goiás, e não utilizam mais o Somatropina, o que demonstra que não se trata de um caso específico ou isolado, mas de reclamações concretas que comprovam a veracidade das reações adversas à referida medicação.

Veja Também

De acordo com o relatório apresentado, as receitas totais em 2022 atingiram o montante de...
A capital do estado sofre com onda de violência; 277% de aumento nos dois primeiros meses do ano...
A credencial é a autorização especial para que os veículos conduzidos por idosos ou que os...
O bairro contemplado Vila Azul estará com as ruas interditadas até o dia 11 de março, com as devidas...
O objetivo do encontro foi alinhar as principais necessidades dos municípios tocantinenses, tendo...
Para a vereadora Elaine Rocha o projeto transforma a vida de jovens do município. “O projeto é...
O governador parabenizou o trabalho da Marinha e destacou a contribuição e importância da...
Os dez artigos apresentados como sugestão ao Executivo tratam das novas regras para servidores que...
Para os cidadãos que estão na base de dados de inadimplência da Serasa e que necessitam negociar...
Publicado no Diário Oficial do Estado na segunda-feira, 27, o novo gestor da Secretaria Estadual do Trabalho...